O tema deste mês é um tema profundamente natalício, aponta-nos verdadeiramente para o mistério da Encarnação. Mas porque é que é importante para nós estarmos a voltar a falar dos Reis Magos se ainda ontem foi o natal? Porque é que vale a pena levarmos a sério esta proposta das EJNS de revisitar este acontecimento?
Uma vez ouvi contar uma história de um padre que precisava de pregar um retiro e não sabia sobre o que é que havia de falar. Ao perguntar a um padre mais velho e experimentado sobre o que é que havia de pregar, este deu-lhe uma resposta desconcertante, mas cheia de sentido: “Fala-lhes das coisas de sempre, que para nós são sempre novas!”
Para nós Cristãos, as coisas são sempre novas em Cristo, porque é Ele que faz novas todas as coisas (cf. Ap 21,5). A realidade vista a partir de Cristo, por mais coisas de sempre que tenha, é sempre nova. O facto de Cristo introduz na nossa história a novidade, porque n’Ele tudo se transforma e é sempre melhor do que nós poderíamos imaginar.
Desta maneira, tudo aquilo que eu possa fazer na minha vida concreta, por mais repetitivo e monótono que seja, é sempre novo. A escola/ universidade, o trabalho, as pessoas com quem me cruzo, são sempre uma novidade em Cristo. Jesus introduz na nossa vida uma data de paradoxos que só se percebem com a experiência, com o viver de facto, com o levar a minha vida concreta a sério. É também por isto que a vida do cristão precisa de unidade, porque Cristo quer tomar a nossa vida toda, para com Ele fazermos a vontade santa do Pai. Como aprendi de um grande mestre, a
“santidade é que nossa vida seja comparada com Cristo (…) Ele é o ponto de referência e o termo de comparação”.
Pe. João Seabra
Isto pode parecer abstrato, mas se aplicarmos às situações do nosso quotidiano, é bastante claro. Diante do meu estudo, das coisas do meu dia-a-dia comparo com Cristo a Presença, a minha forma de estar presente ou ausente?
Por isso vale a pena voltarmos a percorrer o caminho dos magos para encontrarmos o Deus menino e Sua Mãe, e assim fazermos d’Ele o ponto de referência e o termo de comparação. Reconheçamos o Senhor do presépio em toda a nossa vida, e que a nossa querida Mãe do Céu nos ajude e proteja nesta grande aventura que é a viver!