Carisma
As Equipas de Jovens de Nossa Senhora (EJNS) são um movimento de formação espiritual que propõe aos seus membros um caminho de crescimento cristão e humano em comunidade, em equipa. À semelhança do pequeno grupo de apóstolos que acompanhou Jesus, a equipa é o meio escolhido pelas E.J.N.S. para viver em Igreja, com Cristo e ser suas testemunhas. A equipa é o primeiro lugar onde se desenrola a vida do Movimento. Cada equipa é formada por 6 a 12 jovens solteiros (entre os 15 e os 24 anos), um casal assistente e um conselheiro espiritual (se possível). Cada equipa de jovens de Nossa Senhora forma uma pequena comunidade na qual cada um se compromete a partilhar o seu aprofundamento espiritual.
Uma equipa começa com a pilotagem, este é um tempo em que, com a ajuda de membros das E.J.N.S., os novos elementos fazem a aprendizagem da vida em equipa e das características do Movimento. No final do ano de pilotagem, a equipa faz o Compromisso. Da vida em equipa fazem parte as reuniões mensais e encontros mais informais que ajudam a criar um clima de amizade e confiança. A vida da equipa prolonga-se, entre outras, pelas actividades de sector, encontros nacionais e encontros internacionais.
A reunião de equipa tem quatro tempos principais: oração, partilha, estudo do tema e ponto de esforço. Uma refeição simples com a presença de todos pode aproximar as pessoas e ajudar a criar um bom ambiente.
ORAÇÃO
A oração conduz os membros da equipa a um encontro pessoal com Cristo, essencial para O conhecerem melhor, e com Ele e em equipa se tornarem verdadeiros filhos de Deus. É uma oração comum, preparada à vez pelos membros da equipa, em que cada um partilha as suas intenções e todos se dirigem juntos a Deus.
PARTILHA
A partilha em equipa de todos os domínios da vida ajudará cada membro a viver plenamente a sua vocação de homem e a alcançar a sua liberdade de filho de Deus. É um momento essencial em que, na presença de Deus e numa atitude de confiança fraterna, cada um tenta fazer o balanço dos acontecimentos mais significativos da sua vida pessoal: dificuldades e esforços, alegrias e esperanças em todos os domínios (familiar, espiritual, estudos, trabalho, tempos livres, projectos e compromissos).
ESTUDO DO TEMA
O estudo e a discussão de um tema são importantes para conseguir uma fé adulta e afirmar uma identidade cristã. O tema é escolhido pela equipa e preparado à vez pelos membros da equipa. Este apoia-se num acontecimento vivido ou num documento de referência (ex: Sagrada Escritura, encíclicas ou documentos da Igreja, temas propostos pelo Movimento,…).
PONTO DE ESFORÇO
Fazer parte de uma equipa é assumir o compromisso não apenas de participar na reunião mas, sobretudo, de procurar uma coerência entre a fé cristã, as próprias palavras e os actos da vida quotidiana. Entre as reuniões, deve ser mantida uma continuidade de oração, partilha, reflexão e crescimento espiritual. Assim, cada um compromete-se consigo e com a equipa a fazer um ou mais pontos de esforço para se aproximar do Senhor e dos outros, bem como partilhá-lo com os outros.
Nas E.J.N.S. todas as responsabilidades são asseguradas pelos jovens, é um Movimento da Igreja “de jovens para os jovens”. O testemunho de tantos e tantos responsáveis de equipa, de região, nacionais e internacionais é unânime: assumir uma responsabilidade no Movimento é muito gratificante. Conduz-nos a um compromisso mais intenso de oração (proximidade com Deus), a uma participação mais séria na nossa equipa, a uma presença mais activa na vida do Movimento e, como resultado de tudo isto, a uma alegria maior em pertencer às Equipas, à Igreja e a Cristo.
A vida do movimento depende da participação activa dos seus membros, individualmente e em equipa, aceitando responsabilidades e participando na sua expansão. A continuidade das E.J.N.S. é assegurada pela renovação anual ou bienal dos seus responsáveis. Sendo um Movimento caracterizado por uma espiritualidade de passagem, ele reflecte essa passagem também na transição de responsabilidade. É na medida em que mais jovens assumem responsabilidades que eles se integram no Movimento que é seu. Por esta razão, anualmente, em cada equipa, é eleito, de entre os jovens, um “responsável de equipa”. Este “responsável de equipa”, num espírito de serviço, deve cuidar do bom funcionamento da sua equipa e esforçar-se pela sua boa integração no Movimento, nomeadamente manter o contacto com o Secretariado de Sector e com o Secretariado Nacional.
O facto de existirem várias equipas em tantos lugares diferentes faz com que a vida do Movimento comece ao nível de uma cidade ou de uma região (Sector). Cada sector tem uma equipa de secretariado do qual fazem parte o responsável de sector, um conjunto de jovens, um padre e um casal assistentes do sector. A equipa reúne-se pelo menos uma vez por mês para desenvolver tarefas e também para rezar pelas equipas que lhe estão confiadas. Cada sector tem como função na sua região: garantir a manutenção do espírito do Movimento; promover tempos de aprofundamento espiritual; formar novas equipas (pilotagens) e acompanhá-las; promover acções sócio-caritativas; e recolher as quotas dos membros das equipas e obter subsídios diversos.
Actualmente, em Portugal, existem 8 sectores: Cascais, Évora, Expansão Centro e Sul, Expansão Norte, Lisboa, Porto, Santarém, Torres Vedras.
A existência de várias regiões no país justifica a formação de uma Equipa Nacional (Equipa de Animação Nacional – EAN) que é composta por todos os responsáveis de sector de cada região do país, pelo responsável nacional e por um padre e um casal assistente. Esta equipa é o órgão de decisão do Movimento a nível nacional. A E.A.N. garante a manutenção da unidade e do espírito do Movimento e sugere e aprova as linhas gerais de actuação do Movimento a nível nacional, bem como os meios para as concretizar.
O órgão ao qual compete a execução das deliberações da E.A.N., a administração e a representação das E.J.N.S. a nível nacional é o Secretariado Nacional (S.N.). Este é constituído pelo responsável nacional, por um conjunto de jovens e pelo padre e casal assistentes da E.A.N. e tem uma função primordial que é rezar pelo Movimento nacional. Esta equipa deve ser constituída, na medida do possível, por pessoas vindas dos vários sectores e regiões. O responsável nacional muda de dois em dois anos e com ele parte ou a totalidade do secretariado.
A Virgem Maria é para as EJNS o modelo de como o homem se deve colocar perante Deus, aceitando o convite que Ele nos dirige (“Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra” – Lc 1,38), percebendo que só Deus tem a resposta para a totalidade da nossa vida (“Fazei tudo o que Ele vos disser” – Jo 2, 5), permanecendo fiel a Ele apesar das contrariedades (“Junto à cruz estavam sua mãe” – Jo 19,25) e procurando maior intimidade com o Senhor através da oração (Act 1,14).
O nome de Nossa Senhora, recebido em herança pelas Equipas de Nossa Senhora (E.N.S.), dá a cada equipista o desejo de compreender o lugar de Maria no Mistério de Cristo e, portanto, também no Mistério da Salvação. Cada um encontrará, assim, na sua própria vida o lugar que Deus dá a Maria. É por isso que as equipas se colocaram sob a protecção de Maria, mãe de Deus e mãe da Igreja (CI, I-3).
No final do tempo de pilotagem (sensivelmente um ano), a Equipa faz o Compromisso. O tempo de pilotagem permite que todos os elementos da equipa conheçam a proposta do movimento para seguir a Cristo, tendo sempre Maria como Mãe. Com o compromisso, unidos em equipa, cada um dos elementos assume essa proposta perante Deus e Nossa Senhora. É um momento de grande alegria no qual todo o Movimento deverá participar. O Compromisso das pilotagens é feito em Fátima, durante o Encontro Nacional do Movimento. Este compromisso nunca deverá ser encarado como um fim, mas sim, como o querer continuar uma caminhada já iniciada, na qual tudo depende de cada um e de todos em conjunto. Em termos práticos, após o compromisso, os pilotos que acompanharam a equipa até então, deixam de o fazer. Toda a restante dinâmica de equipa mantém-se.
Assumir o Compromisso nas EJNS:
- É encontrar-me pessoalmente com Cristo e viver com Ele.
- É uma passagem consciente para a descoberta da minha vocação pessoal.
- É aceitar Maria como mãe e modelo da minha vida.
- É ter a atitude de acolhimento e escuta do outro, na perspectiva de uma ajuda mútua.
- É tentar compreender e viver melhor a minha Fé, consciente da minha pertença a uma comunidade mais vasta que é a Igreja Católica.
- É uma resposta interior a um chamamento que sinto que me é feito por Deus.
- É aceitar a importância de pôr os meus dons à disposição dos outros, comprometendo-me pessoalmente num apostolado.
- É perceber que a vida do Movimento depende da minha participação activa e estar disposto a aceitar as responsabilidades que me forem pedidas.