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José Maria Guerreiro Duarte

O Zé Maria entrou nas EJNS em 2015 obrigado pela minha mãe ("obrigado, mãe!"), na L283. Fez parte do secretariado de Lisboa em 2019 no pelouro da Espiritualidade e, atualmente, é seminarista do terceiro ano do Seminário dos Olivais.

“Querendo, quero o infinito”

Quando falei com um amigo que tinha de escrever um texto para a Partilha sobre o Advento, ele desafiou-me logo a fazer alguma coisa diferente dos textos que estamos habituados. Deu-me antes a ideia de falar do Advento a partir deste quadro de René Magritte, chamado La Clairvoyance, a clarividência.

La Clairvoyance, de René Magritte

Antes de mergulhar no quadro, um pequeno ponto prévio. O Advento é o tempo que a Igreja nos oferece de preparação para o Natal – mistério de amor de Deus que entra na nossa realidade, assumindo a nossa humanidade. Advento vem do latim Adventus, que quer dizer precisamente “chegada, aproximação, vinda”.

Assim, o Advento é o tempo da espera, da expectativa por excelência. Ora, este quadro ajuda-nos a entrar nesta espera. Já com 2023 anos de garantia, o nascimento de Cristo não nos aparece como uma total novidade. Afinal de contas, não é o primeiro Natal que celebramos na nossa vida. A verdade é que os mistérios da fé são demasiado grandes para os abarcarmos todos de uma vez, por isso é sempre necessário voltarmos a estes, irmos mais a fundo e deixarmo-nos moldar e configurar sempre e cada vez mais pelo amor de Deus encarnado por cada um de nós.

Neste sentido, somos convidados a sermos protagonistas desta espera, a estarmos vigilantes (como vamos ouvir constantemente na Missa ao longo deste tempo). Uma espera à imagem da deste pintor que, contemplando o ovo no presente, projecta já a grandeza do que virá a ser o fruto do mesmo no futuro. Olhando para o “ovo” do Advento também podemos sonhar e projectar toda a grandeza em potência contida no Mistério do Natal, n’Aquele bebé indefeso que adoramos nas palhinhas de Belém. Grandeza esta que não nos é alheia, mas que nos implica. Não se trata de um Mistério que é exterior a
nós. Deus fez-se homem, para nos salvar, para entrar na nossa vida e dar-lhe a grandeza para que fomos criados, oferecer a resposta que verdadeiramente corresponde aos anseios mais profundos do nosso coração.

A nossa vida está cheia de adventos. Esperamos muitas coisas e muitas vezes ficamos frustrados quando elas passam, porque não nos deram a satisfação que esperávamos delas. Neste Advento, somos convidados a purificar as nossas esperas, tudo aquilo em que pomos a nossa esperança e que não é de Deus. O nosso coração tem sede de infinito, por isso procuremos Aquele que é o Infinito, o Eterno, o Definitivo que a nossa alma verdadeiramente anseia. Façamos nosso o verso de Fernando Pessoa que declama: «querendo, quero o infinito». Que este Advento possa ser um tempo oportuno para educarmos a nossa vontade, orientar o nosso “querer” no que de facto responde à sede de infinito do nosso coração – a comunhão com Deus.

Como em tudo, Maria é para nós um modelo neste Advento. Neste tempo, como que acompanhamos os nove meses de gravidez de Maria, que esperou com grande alegria e esperança a vinda do seu filho e do seu Deus. Na vida de Nossa Senhora deu-se este alargar da vontade. Maria esperava, com certeza, grandes coisas para a sua vida e idealizava grandes projectos, mas todos estes ficavam muito aquém do plano que Deus lhe deu a conhecer no momento da Anunciação. Com Maria, nesta caminhada de Advento, aprendamos então a sintonizar o nosso “querer” com o “querer” de Deus, na certeza de que só esse dá à nossa vida o horizonte de grandeza para o qual fomos criados – a santidade.


Um santo Advento!

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