As portas abrem às 18h30 mas o Centro de Congressos de Lisboa está a mascarar-se para o Faith´s Night Out desde cedo. Pelas salas veem-se nascer ideias para tratar de pormenores logísticos de última hora. As inscrições multiplicaram-se com o aproximar do evento e há que fazer todas as adaptações necessárias para receber o FNO 2023 com casa cheia.
Os voluntários vão chegando e direcionam-se onde vão ser mais precisos: distribuição de panfletos, catering, check in, etc. Cada um com uma missão para fazer com que a tão esperada noite ganhe vida. A equipa vai-se montando de jovens movidos pela vontade de partilhar a Fé.
São horas intensas que refletem meses de ainda maior agitação. Desde setembro que se montou a equipa que ficou à frente da Organização do FNO. Coordenados por Marta Collares Pereira escolheram-se temas e convidados, arranjaram-se patrocínios, definiram-se estratégias de comunicação – uma lista de tarefas longa, que se foi cumprindo com dedicação.
É um esforço necessário para que se possam ouvir os que têm histórias para partilhar. São testemunhos curtos: 7 minutos para vidas cheias. Parece pouco, mas é a dose certa. A lista de oradores é extensa: José Maria Seabra Duque; Irmã Lara Sa a Vedra; João Ameal; Maria João Leitão; Isaac Assor; Bartosz Placak; Afonso Virtuoso; Luis Abrantes; João Corrêa Monteiro; Rosa e João Amado; Francisco Lufinha e D. Ivo Scapolo.

Pelo palco do Centro de Congressos de Lisboa passaram 12 oradores que, vindos das mais diversas áreas, mostraram que ser católico se exprime de formas diferentes e complementares. Cada convidado desconstruiu uma frase da oração “Fazei com que eu procure”, associada a São Francisco de Assis, e aplicou-a à sua própria experiência. Falou-se de como sentem Deus na política, nos hospitais, na família, no desporto, no amor e até no ódio.
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz
Onde houver ódio, que eu leve o amor
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão
Onde houver discórdia, que eu leve união
Onde houver dúvida, que eu leve a fé
Onde houver erro, que eu leve a verdade
Onde houver desespero, que eu leve a esperança
Onde houver tristeza, que eu leve alegria
Onde houver trevas, que eu leve a luz
Ó mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado
Compreender que ser compreendido
Amar que ser amado
Pois é dando que se recebe
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive
Para a vida eterna
Na plateia veem-se caras atentas a apontarem frases para mais tarde relerem. E, com o avançar da noite, para além de reflexão, no FNO vive-se também a fé através da gargalhada e da partilha. Durante o momento lúdico, protagonizado pelo João Maria Baião, os cantos alentejanos invadiram a sala e criaram espaço para um momento de descontração.
Entre conferências, jantar e cantorias, reviram-se caras e conheceram-se estórias. Este é um evento dos equipistas para todos. Nas mais de 1300 cadeiras, estão pessoas de todas as idades, com ligações diferentes ao movimento da Equipas de Jovens de Nossa Senhora. Há quem venha em equipa, há quem venha para manter a tradição em família e ainda quem experimente pela primeira vez o que é fazer parte de uma noite do Faith´s Night Out.

No caso da Teresa Moreira Rato, as noites de FNO contam-se de mão cheia. “Foi no FNO que aprendi que o testemunho de qualquer pessoa é sempre importante. Nós ouvir-mos o que o outro tem para nos dizer é sempre bom”, reforça. Já se sentou na plateia como equipista, organizou o FNO 2022 e agora vê o projeto que já foi um bocadinho seu continuar a crescer.
A noite repete-se anualmente e vai já na 10ª edição. O evento que começou no Colégio Salesianos de Lisboa, tem vindo a crescer e a receber cada vez mais pessoas.
Fica a conhecer alguma das frases que mais marcaram os nossos equipistas:
José Maria Seabra Duque: Deus não me pede para ganhar o céu porque já o ganhou por mim.
Irmã Lara Sa a Vedra: Devemos ouvir para compreender e não só ouvir para responder.
João Maria Ameal: Como posso levar amor a quem me odeia? De forma lenta, mas imparável.
Afonso Virtuoso: Que a fé seja sempre a resposta para as nossas dúvidas.
Maria João Leitão: Consular não é uma explicação, é uma presença.
Luís Abrantes: Há que fazer comunidades cristãs que vivem em humildade e louvor e onde o outro é Cristo.
Basrtosz Placak: Menos expectativa, menos desejo, mais confiança. Só assim vamos receber mais. Porque é dando, que se recebe!
João Corrêa Monteiro: A alegria é a marca da ressurreição. É a vida que transborda quando deixo Deus entrar e me deixo levar por ele.
Família Amado: A dor é passageira, a glória é eterna.
Francisco Lufinha: A luz que Deus nos traz reflete-se na luz que temos para ultrapassar obstáculos da vida.
D. Ivo Scapolo: Sou convidado à generosidade de pôr ao serviço da Igreja e dos irmãos aquilo que tenho.