Quantos de nós nunca percebemos bem o que era um primeiro sábado? Quantos já tentámos ir aos 5 meses seguidos e falhámos?
Tivemos a sorte de ter connosco uma das primeiras Equipistas de jovens de Nossa Senhora, a Madalena Fontoura, para nos falar deste tema desafiante.
A nossa querida oradora começou por nos contar um bocadinho do nascimento dos primeiros sábados, resposta a um pedido de Nossa Senhora feito à irmã Lúcia.
Como surgiram os primeiros sábados?
Dois dos três pastorinhos partiram muito cedo, vítimas de doenças precoces. Faleceram em anos consecutivos, não tendo Jacinta chegado a atingir os 10 anos de idade, deixando sozinha a sua prima pouco tempo depois das aparições, como Nossa Senhora tinha anunciado: “A Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu [Lúcia] ficas cá mais algum tempo.”
Quando o bispo de Leiria se começou a aperceber da grandeza do que se tinha passado em Fátima, pediu à irmã Lúcia que escrevesse sobre o que lhe aconteceu. A seu pedido, Lúcia fez então um relato das aparições, que podemos encontrar nas suas memórias. Apesar de ter uma origem muito pobre, tinha aprendido a escrever. A nossa oradora acrescentou, a propósito da educação:
“Não existe cristianismo sem cuidar da humanidade das pessoas.”
Mal fez 18 anos, a irmã Lúcia partiu para Espanha para entrar no convento porque na altura estava proibida a entrada de noviças, em Portugal. As irmãs que com ela estavam pediam-lhe que as avisasse quando Nossa Senhora lhe aparecesse novamente. Lúcia respondia: “Era era, quando eu voltasse de vos ir chamar, já Se tinha ido embora!”.
A 10 de Dezembro de 1925, Nossa Senhora apareceu na sua cela, mostrou-lhe o Seu coração, e pediu-lhe que fizesse a devoção dos primeiros sábados e a espalhasse pelo mundo como reparação do seu imaculado coração.
Dois meses depois, estava Lúcia a varrer o pátio e apareceu-lhe um menino pedindo que lhe ensinasse a rezar uma Ave-maria. Lúcia tentou fazê-lo, sem muito sucesso. Frustrada, disse-lhe que fosse a uma capela perto e que dissesse apenas “Ó minha Nossa Senhora, dá-me o Teu menino Jesus.” Dias depois, esse menino voltou a aparecer-lhe quando refilava com Jesus, dizendo que não seria possível espalhar a devoção dos primeiros sábados porque nem conseguia convencer o seu confessor a fazê-lo. O menino disse-lhe então: “Com a Minha graça, pode tudo”, e a irmã Lúcia reconheceu quem era, na verdade, aquele menino. Só assim se tem mantido e espalhado esta devoção – com a Sua graça.
Porquê fazê-la?
Por amor. “Mais vale 5 meses por amor a Nossa Senhora do que 15 tíbios e indiferentes.”
Mas, no final de contas, em que consiste esta devoção reparadora?
- Confissão – Este ritmo (mensal) é sugerido para que possamos fazer uma contrição detalhada.
- Comunhão reparadora – Não só comungar, mas fazê-lo oferecendo o nosso coração como refúgio onde Jesus pode repousar, com uma intenção reparadora.
- Meditar sobre os mistérios do Rosário durante 15 minutos
- Terço – O terço educa-nos na simplicidade. Se é uma oração monótona? Desengraçada? Mas, por acaso, alguém tem alguma coisa melhor para dizer a Jesus, mesmo os “experts da espiritualidade”? Se é muito repetido? Sim. Mas, como quem ama, dizemos muitas coisas repetidas.
“Estamos como o pecador pintado na capela sistina, a subir para o céu agarrado ao terço.”
Imagem do Pecador na Capela Sistina, a subir para o Céu agarrado ao terço (em cima do lado direito)
E acrescentava “A obediência à igreja é a minha liberdade. Ser livre é ser livre do pecado. Só Jesus o pode fazer e, neste momento, Ele está na igreja. Assim, a minha liberdade é a obediência à igreja.”
Adicionalmente, a propósito da necessidade de participarmos nos primeiros sábados e nos convertermos, a nossa oradora terminou com a seguinte frase: 1 homem convertido por Cristo é o que salva o mundo. É o pensar “Como é que aquele traste ficou assim?”
Nota: Para quem quiser aprofundar este tema, as sugestões da nossa querida oradora incluem as “Memórias da irmã Lúcia” e a sua biografia pelo Carmelo de Fátima.