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Terça-feira Santa

4 de Abril

Somos rodeados, conduzidos e guiados pelos amigos de Deus. (…) Não devo carregar sozinho o que, na realidade, nunca poderia carregar sozinho. Os numerosos santos de Deus protegem-me, amparam-me e guiam-me.


Papa Bento XVI

No percurso da Quaresma, não caminhamos sós: connosco, com os olhos postos em Jesus, está toda a Igreja. E dentro dela resplandecem incontáveis exemplos de santidade. Durante as terças-feiras desta Quaresma, olhamos para as vidas dos últimos sete santos e santas canonizados pela Igreja, pedindo que o seu testemunho e intercessão nos ajudem a preparar a Páscoa de Jesus.

Hoje, convidamos-te a rezar a vida da Santa Maria Francesca Rubatto.

Santa Maria Francesca Rubatto

Santa Francesca Rubatto ficou conhecida pela nova versão que deu ao ramo feminino do Franciscanismo. Assim, é desenhada com a cruz de São Damião, cruz que convocou São Francisco de Assis para a sua missão de reparar a Igreja. Também esta santa, contagiada pelo amor de Cristo crucificado, entregou a sua vida ao cuidado dos mais pobres.
(desenho de José Maria Duarte)

Anna Maria Rubatto nasceu em Itália no dia 14 de fevereiro de 1844. Durante grande parte da sua vida, dedicou-se de um modo discreto e simples ao voluntariado, prestando assistência aos pobres da cidade e visitando os doentes no hospital. Manteve-se fiel nesta entrega aos mais necessitados, dia após dia, permanecendo sempre atenta para qualquer pedido que Deus lhe fizesse ao longo do caminho.

Assim, “a existência da Madre Francisca Rubatto – afirmava o Papa São João Paulo II – estava assente sobre duas colunas: o amor ardente a Deus, compreendido como o ‘sumo bem’, e o serviço incansável aos irmãos, de maneira especial aos mais necessitados e aos abandonados”.

Muitos daqueles que a conheceram afirmaram que a palavra que melhor descrevia a sua vida era “disponibilidade”; simples e constante disponibilidade para corresponder aos pedidos de Jesus. Entende-se, assim, que Deus tenha utilizado um acontecimento aparentemente banal para chamar esta santa para uma grande missão: quando Anna Maria tinha 40 anos de idade, durante uma estadia na Suíça, socorreu um jovem ferido que encontrou no seu caminho. O seu gesto de cuidado – tão comum no seu quotidiano entre pobres e doentes – não passou despercebido a um padre capuchinho, que há algum tempo procurava uma mulher que pudesse ajudá-lo na fundação de uma comunidade religiosa feminina, dedicada precisamente a cuidar dos doentes e dos pobres daquela cidade.

Após um longo período de discernimento, Anna Maria aceitou o convite e assumiu o hábito religioso das Irmãs Terciárias Capuchinhas, escolhendo o nome de Irmã Maria Francisca de Jesus. Foi uma mudança radical na sua vida: já sabia como servir os pobres, mas agora tinha de se fazer ela mesmo pobre e, como São Francisco, uma “amante da pobreza”. Assim o fez e, em pouco tempo, sob seu impulso, as religiosas da sua ordem espalharam-se na Itália e depois na América Latina, particularmente no Uruguai, na Argentina e no Brasil.

A disponibilidade para servir a Deus acompanhou-a em toda a sua missão. Andou de país em país, fundando dezenas de casas e colégios. Mostrou-se disponível para os alegres momentos de evangelização, mas também para os duros tempos em que algumas das suas irmãs foram martirizadas. Com a mesma disponibilidade entregou a Deus a sua doença, tendo morrido no Uruguai –  país que a considera a sua primeira santa – em 1904.

«Por vezes, não se pode perguntar a Deus o “porquê”. Em grandes aflições não podemos fazer outra coisa senão aceitar a vontade de Deus e repetir o que uma certa mãe santa fundadora disse muitas vezes: “Ó Vontade de Deus, vós sois o meu Paraíso”.»

Carta da Santa Maria Francesca di Gesù às suas irmãs