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Terça-feira da 5ª Semana da Quaresma

28 de Março

Somos rodeados, conduzidos e guiados pelos amigos de Deus. (…) Não devo carregar sozinho o que, na realidade, nunca poderia carregar sozinho. Os numerosos santos de Deus protegem-me, amparam-me e guiam-me.


Papa Bento XVI

No percurso da Quaresma, não caminhamos sós: connosco, com os olhos postos em Jesus, está toda a Igreja. E dentro dela resplandecem incontáveis exemplos de santidade. Durante as terças-feiras desta Quaresma, olhamos para as vidas dos últimos sete santos e santas canonizados pela Igreja, pedindo que o seu testemunho e intercessão nos ajudem a preparar a Páscoa de Jesus.

Hoje, convidamos-te a rezar a vida da São Giovanni Battista Scalabrini

São Giovanni Battista Scalabrini

O seu amor ao Santíssimo Sacramento, memorial da entrega de Cristo na Cruz por toda a Humanidade, levou-o a entregar também a sua vida a todos aqueles que lhe foram confiados. Destaca-se o seu amor aos migrantes, representados num barco junto à sua cruz peitoral.
(desenho de José Maria Duarte)

Nos dias que correm, tantas vezes ouvimos falar da problemática dos migrantes que fogem dos seus países à procura de paz e de melhores condições de vida. É sem dúvida um tema atual, sobre o qual a Igreja se tem debruçado com dedicação. A guiá-la nessa missão, com o seu exemplo e intercessão, está São Giovanni Battista Scalabrini.

Nascido a 8 de Julho de 1839, na província de Como, Itália, Giovanni Battista demonstrou desde cedo sinais de uma vocação sacerdotal, de modo que em Outubro de 1857 entrou no seminário diocesano de Sant’Abbondio. Destacou-se entre os seus colegas (entre os quais estava outro santo, São Louis Guanella!) pela sua aptidão académica, de tal forma que, quando foi ordenado padre, permaneceu no seminário como professor e, mais tarde, como reitor.

Alguns anos mais tarde, o bispo enviou-o para uma paróquia na periferia industrial de Como, onde desenvolveu uma sensibilidade especial para as questões sociais e a educação da juventude. Sentia a necessidade de “pregar a verdade com caridade” e, animado por essa vontade, dedicou-se à escrita de novos catecismos, adaptados às novas realidades sociais que encontrava. Dedicou-se incansavelmente à catequese durante toda a sua vida e foi chamado o Papa de então – o Beato Pio IX – como “Apóstolo do Catecismo”.

Foi ordenado bispo com apenas 36 anos e as suas primeiras iniciativas à frente da diocese de Piacenza revelaram as prioridades para os 29 anos deste seu ministério: contacto direto com o povo, reforma da vida diocesana, atenção ao clero, preocupação com o ensino da doutrina cristã, caridade para com os mais necessitados.

“Enviado primeiro aos mais infelizes que lutam miseravelmente pela vida em desolação – prometia este santo – ,sofrerei com eles, trabalhando acima de tudo para ajudar e evangelizar os pobres”.

Atento às realidades sociais, este santo bispo começou a prestar particular atenção às condições de vida dos migrantes. Scalabrini não via a migração unicamente como uma oportunidade de caridade e de assistência material, mas também como um verdadeiro desafio pastoral. Aprofundando o estudo deste problema, começou a pensar numa forma institucional de acompanhar os migrantes e, nos anos seguintes, fundou dois institutos dedicados a servi-los.

Dizia-se que o coração de São Giovanni era “demasiado grande para uma só diocese”. De facto, este santo fez questão de visitar comunidades de migrantes espalhadas por vários continentes e em todas elas procurava que os católicos assumissem um papel ativo e evangelizador. «Scalabrini – afirmou o Papa Francisco – olhava mais além, olhava lá para diante, para um mundo e uma Igreja sem barreiras, sem estrangeiros».

«Aquele que tem Fé e por ela vive, não só ama a Deus, mas sente-se obrigado a levar os outros a amá-l’O também, porque o amor nunca se resigna à indiferença.»

(São Giovanni Battista Scalabrini)