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Terça-feira da 4ª Semana da Quaresma

21 de Março

Somos rodeados, conduzidos e guiados pelos amigos de Deus. (…) Não devo carregar sozinho o que, na realidade, nunca poderia carregar sozinho. Os numerosos santos de Deus protegem-me, amparam-me e guiam-me.


Papa Bento XVI

No percurso da Quaresma, não caminhamos sós: connosco, com os olhos postos em Jesus, está toda a Igreja. E dentro dela resplandecem incontáveis exemplos de santidade. Durante as terças-feiras desta Quaresma, olhamos para as vidas dos últimos sete santos e santas canonizados pela Igreja, pedindo que o seu testemunho e intercessão nos ajudem a preparar a Páscoa de Jesus.

Hoje, convidamos-te a rezar a vida da São Artémides Zatti.

São Artémides Zatti

Desenhado com a bata de enfermeiro e com o estetoscópio, artigos específicos da profissão que desempenhou e na qual viveu a sua vocação à santidade pela sua entrega aos doentes. O estetoscópio tem desenhado uma cruz no auscultador para representar o cuidado deste santo não só pela saúde física dos seus doentes, mas também pela espiritual.
(desenho de José Maria Duarte)

“Bom dia! Viva Jesus, José e Maria! Estão todos a respirar?”  Era desta forma, cheio de bom humor e alegria, que Artémides Zatti começava o seu dia a visitar os doentes do hospital. O humor e a atenção próxima a cada doente, dizia o salesiano, eram os melhores remédios que estavam à sua disposição.

A alegria visível de uma vida vivida com Deus foi desde cedo uma marca deste santo que nasceu em 1880 na província italiana de Reggio Emilia, no seio de uma família pobre. Sete anos depois, os seus pais, pressionados pela pobreza, decidiram emigrar para a Argentina, onde Zatti conheceu os Salesianos. Desde então, passava a maior parte do seu tempo livre na paróquia: visitava os doentes, acompanhava funerais e ajudava nas Missas como sacristão e acólito. Não tardou até sentir dentro de si a vontade e o chamamento de se tornar salesiano. Com 20 anos, desejoso de se tornar sacerdote, ingressou no aspirantado da ordem.

Contudo, ao cuidar de doentes tuberculosos, contraiu também ele esta doença. Pediu a Maria Auxiliadora a graça da cura, com a promessa de dedicar toda a sua vida ao cuidado dos doentes. Pouco tempo depois, inteiramente recuperado, Zatti começou a perceber que, assumindo a vocação de salesiano coadjutor, poderia cumprir mais diretamente a promessa que tinha feito a Nossa Senhora. Assim, em janeiro de 1908, fez os votos religiosos como salesiano coadjutor.

Foi um trabalhador incansável. No hospital fez de tudo: foi administrador, cozinheiro, varredor e enfermeiro, sem nunca deixar de cumprir, com rigor, a vida religiosa comunitária.

Mas o seu serviço não se limitou às fronteiras do hospital: costumava sair – durante o dia e a noite – com a sua bata branca e a sua mala, levando os medicamentos mais comuns. Com uma mão segurava o guiador da sua bicicleta, com a outra rezava o terço. Acreditava firmemente que era urgente fazer o bem e, por isso, procurava pela cidade as oportunidades para poder fazê-lo, sobretudo visitando aqueles doentes que não conseguiam sair de suas casas.

São incontáveis as histórias de pacientes, médicos e enfermeiros que encontraram Deus por meio do testemunho simples e alegre de Zatti. “Por amor de Deus!”, queixavam-se alguns doentes cujas feridas eram tratadas por Zatti. “Sim, por amor de Deus! Faço tudo por amor de Deus!” – respondia alegremente o santo.

Zatti foi um verdadeiro dom de Deus para o seu povo. Todos os que sofriam que encontravam nele um irmão próximo, compreensivo e dedicado a ajudá-los no seu encontro com Deus e com a Sua graça. Zatti não procurava curar apenas o corpo dos doentes mas, como homem de fé e bom cristão, conduzia-os até Jesus.

Quando morreu em 1951, tornou-se claro para todos aqueles que tinham conhecido Zatti que se tinha cumprido o desejo que guiou toda a sua missão, desejo esse que partilhava aos outros com alegria: “Fazer tudo para glória de Deus e ser o que devo ser: um santo salesiano”.

Proposta: assiste ao filme “Zatti, o nosso irmão” (2018), disponível em https://zatti.org/en/the-short-film/