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Terça-feira da 2ª Semana da Quaresma

7 de Março

Somos rodeados, conduzidos e guiados pelos amigos de Deus. (…) Não devo carregar sozinho o que, na realidade, nunca poderia carregar sozinho. Os numerosos santos de Deus protegem-me, amparam-me e guiam-me.


Papa Bento XVI

No percurso da Quaresma, não caminhamos sós: connosco, com os olhos postos em Jesus, está toda a Igreja. E dentro dela resplandecem incontáveis exemplos de santidade. Durante as terças-feiras desta Quaresma, olhamos para as vidas dos últimos sete santos e santas canonizados pela Igreja, pedindo que o seu testemunho e intercessão nos ajudem a preparar a Páscoa de Jesus.

Hoje, convidamos-te a rezar a vida da Santa Anne-Marie Rivier.

Santa Anne-Marie Rivier

Desenhada, junto à cruz que usava ao seu peito, a Pietá, imagem perante a qual rezava com sua mãe pelas suas melhoras e onde foi crescendo o seu desejo de ser curada para entregar a sua vida ao cuidado dos outros, sobretudo dos mais pobres.
(desenho de José Maria Duarte)

“Então qual é o segredo do zelo de Marie Rivier?” – perguntou o Papa São João Paulo II na homilia da cerimónia de beatificação desta Santa. Conhecendo a sua vida, marcada por obstáculos aparentemente impossíveis de ultrapassar, esta é uma pergunta que faz todo o sentido. Qual é o segredo de alguém que constantemente destrói barreiras para cumprir a vontade de Deus?

O primeiro obstáculo na vida de Anne-Marie Rivier deu-se logo pouco tempo depois de ter nascido. Com apenas 16 meses de idade, sofreu um grave acidente que a deixou incapaz de andar. Todos os dias, durante vários anos, a sua mãe levava-a à igreja para rezar diante de uma estátua da Nossa Senhora.

E assim, a pequena criança deitada no tapete aprendia com este poderoso testemunho de fé, que fazia crescer nela uma grande devoção à nossa Mãe do Céu, a quem sempre se confiou. Ainda criança, prometeu diante dessa imagem que, se alguma vez fosse curada, dedicaria a sua vida à educação das crianças.

Durante a sua infância, a sua doença foi-se curando de uma forma inesperada, sendo que as grandes surpresas se deram sempre em dias especialmente dedicados a Nossa Senhora. Estava ultrapassado o primeiro “impossível” e Anne-Marie entendeu que estava a aproximar-se o tempo de cumprir a sua promessa. Aos 17 anos tentou juntar-se às Irmãs de Notre Dame, mas foi recusada devido aos seus problemas de saúde.

Era mais um obstáculo. Apesar de se encontrar praticamente curada, nenhuma congregação queria admiti-la, com medo que a sua situação se revertesse. Apesar das recusas, Anne-Marie não desistiu e dedicou-se à evangelização e ao cuidado dos pobres da sua terra natal. Com apenas 18 anos, fundou a sua própria escola, onde acolheu e ensinou crianças de todos os contextos sociais. Tudo indicava que tinha encontrado aí uma base segura para a sua vida de serviço.

Todavia, pouco tempo depois, com o despertar da Revolução Francesa, surge um período de forte perseguição contra os cristãos e as ordens religiosas. Firme na fé, Anne-Marie tornou-se uma rocha no meio da tempestade, liderando grupos secretos de oração e sustentando a catequese da comunidade local.

Quando as autoridades fecharam a sua escola, Anne-Marie mudou as instalações para outra aldeia onde a, 21 de Novembro de 1796, se consagrou a Deus e, juntamente com outras quatro mulheres, fundou as Irmãs da Apresentação de Maria. Para espanto de muitos, Anne-Marie concretizou o impensável: fez nascer uma nova ordem religiosa num ambiente de feroz perseguição. Quando morreu, a congregação que fundara já tinha mais de 150 escolas espalhadas por todo o mundo.

“Todos somos atingidos pela sua ousadia, a sua tenacidade, a sua alegria expansiva, a sua coragem. A sua vida demonstra bem o poder da fé numa alma simples e reta que se rende inteiramente à graça do Batismo. Então qual é o segredo do zelo de Marie Rivier? Ela confiava em Deus” (Papa São João Paulo II)

Oração de Santa Anne-Marie Rivier

 Virgem Santa Maria, 
tu que tivestes o privilégio de ouvir pela primeira vez o nome “Jesus”, 
e que o gravastes no teu coração 
como o melhor lugar para o honrar e para receber as suas graças, 
dá-nos esta graça da bondade do teu Filho: 
que o seu Nome passe do teu coração para o nosso,
 para que ele nos ilumine e nos fortaleça.