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Terça-feira da 1ª Semana da Quaresma

28 de Fevereiro

Somos rodeados, conduzidos e guiados pelos amigos de Deus. (…) Não devo carregar sozinho o que, na realidade, nunca poderia carregar sozinho. Os numerosos santos de Deus protegem-me, amparam-me e guiam-me.


Papa Bento XVI

No percurso da Quaresma, não caminhamos sós: connosco, com os olhos postos em Jesus, está toda a Igreja. E dentro dela resplandecem incontáveis exemplos de santidade. Durante as terças-feiras desta Quaresma, olhamos para as vidas dos últimos sete santos e santas canonizados pela Igreja, pedindo que o seu testemunho e intercessão nos ajudem a preparar a Páscoa de Jesus.

Hoje, convidamos-te a rezar a vida de São Charles de Foucauld.

São Charles de Foucauld

No seu hábito víamos o Sagrado Coração de Jesus desenhado; nesta representação, vemo-lo no lugar do seu coração, para simbolizar como na sua vida o seu coração se deixou configurar pelo coração de Cristo.
(desenho de José Maria Duarte)

A vocação de Charles de Foucauld nem sempre esteve bem visível aos olhos de quem o conhecia. Se o víssemos como adolescente, afastado da fé e conhecido entre os seus amigos como amante do prazer e da “vida fácil”, provavelmente não diríamos estar perante um futuro santo. De facto, Charles tinha posto de lado a educação cristã que recebera do seu avô, embora tenha sempre revelado uma vontade forte e constante nos momentos mais difíceis da sua vida.

Assim se manteve até que, com 25 anos, parte para Marrocos numa viagem de exploração. O testemunho de fé dos muçulmanos interpela-o e inicia-se aí a incessante procura da verdade acerca de Deus e de si próprio. “Meu Deus, se existis, fazei que vos conheça”, começou a pedir.

Ao regressar a casa, surpreendido pelo discreto e carinhoso acolhimento da sua família, profundamente cristã, começa a estudar a fé cristã e pede a um sacerdote para o ajudar nessa tarefa. 

Alguns anos depois, com 28 anos, toma a corajosa decisão de se entregar Àquele que tanto procurara: “Quando acreditei que existia um Deus, compreendi que não podia fazer outra coisa senão viver somente para Ele”.

Faltava-lhe perceber o modo como concretizar a sua entrega e, para tal, aventura-se numa peregrinação à Terra Santa, onde descobre a sua vocação: seguir e imitar Jesus na vida de Nazaré. Assim o fez, permanecendo durante 7 anos numa Cartuxa e, mais tarde, vivendo sozinho, exclusivamente dedicado à oração. Ordenado sacerdote aos 43 anos, mudou-se para o deserto argelino do Sahara, onde viveu entre as tribos nómadas, procurando fazê-lo como o mais pobre de entre os pobres. Desejava incessantemente ser, para cada pessoa, o “irmão universal”, a imagem viva do Amor de Jesus: “Gostaria de ser bom para que se pudesse dizer: Se assim é o servo como será o Mestre?”.

Morreu no dia 1 de Dezembro de 1916, assassinado por ladrões. Até aí, viveu para “gritar o Evangelho com a vida”, cumprindo o seu sonho de partilhar a sua vocação com os outros, escrevendo inúmeros textos de enorme riqueza espiritual, bem como diversas regras de vida religiosa, que apresentavam a “Vida de Nazaré” como uma proposta para todos. Hoje a “família espiritual de Carlos de Foucauld” inclui diversas associações de fiéis, comunidades religiosas e institutos seculares de leigos e de sacerdotes em todo o mundo.

Oração do Abandono (Charles de Foucauld)
 Meu Pai,
Eu me abandono a Ti,
Faz de mim o que quiseres.
O que fizeres de mim,
Eu Te agradeço.

Estou pronto para tudo, aceito tudo.
Desde que a Tua vontade se faça em mim
E em tudo o que Tu criastes,
Nada mais quero, meu Deus.

Nas Tuas mãos entrego a minha vida.
Eu Te a dou, meu Deus,
Com todo o amor do meu coração,
Porque Te amo
E é para mim uma necessidade de amor dar-me,
Entregar-me nas Tuas mãos sem medida
Com uma confiança infinita
Porque Tu és... Meu Pai!